sexta-feira, 23 de março de 2018

ESTIANDO

O Oceano é imenso
e O defronto.
Lanço-me todo a seus pés,
não há confronto.

Como espanta à criança que indaga,
está aberto 24 horas e tudo traga!
Que me traga paz!

Traz!
Tenho-o dito sempre.
Por todo o tempo em que aqui estou,
desde que me entendo por gente.

O Oceano é uma dádiva,
pois está sempre presente.
No Seu lamento-marulho,
que é lamento-contenta-a-gente.

O Oceano é um deslumbre!
Ultrapassa-me tanto!
E só Lhe vejo o mar,
que é só Sua franja.

Nada que me constranja,
que é assim pra todos nós.
Cada qual um mar,
ou apenas suas ondas.

O que é a onda,
que nasce já contemplando sua morte à beira-mar,
pra entender o Oceano?

Ele é muito mais que águas,
Ele responde a um plano.
Há tanto! Tanta vida!
Muito mais que experimentamos!

Nossos pobres olhos,
tão míopes!
Cegam-nos o Sol.
Cegam-nos o mar.
Cegam-nos até o que lhes protege a pele!

Não há o que Se Lhe altere,
o Oceano é a perfeição!
Tudo o que empreendamos será apenas emendas ao soneto.

Do mar só vemos o gueto.
O Oceano só imaginamos.
O mar é uma pista que as ondas afirmam ao passar.
Ao passarem sempre.
Ao passarem por todo o sempre,
ao nos beijarem as pernas e os ventres.

Senhor,
só quem ama Te entende!

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