terça-feira, 20 de março de 2018

A UM TALVEZ (Tom I)

Para Clarice ou Tom, Olga, e pra mim.

Nina nem chegou e não se detenha!
Há mais gente na espera.
Tom ou Clarice vem à Terra,
com muito pouca surpresa.

Vem sempre quem se empenha.
Vem sempre quem é empenhado.
Vem sempre quem ouve o chamado.

(O espírito não se faz de rogado.)

É essa a chance de descer ao planeta.
Como é bom que se comprometa com toda a disciplina que prometeu cursar,
mesmo se não se lembra da matrícula.
Os pais são seus maiores alunos.
A cara de mestres é só película.
O que mais têm é a aprender, sem precisar de quadro e caneta.
O tablado ao bebê.

Que talvez saiba mais sobre a paz.
Saiba ser sem demonstrá-lo.
Não precise de coisas a embaraçá-lo.

Talvez tenha um sentido mais apurado de fraternidade,
mesmo se não lhe dermos irmãos de sangue.
Talvez saiba que é o laço mais exangue.
O mais forte, o do espírito.

Talvez até seja mais bonito nos belos a que nos lançamos.
Talvez escreva melhores versos, cante mais a contento. Pinte melhor ou toque piano.

Talvez tudo seja ledo engano!
Talvez o que nos ensine seja a tocar os corações dos próximos, comensais no banquete da Terra.
Filho, te estamos à espera!

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