sexta-feira, 9 de março de 2018

FAMILIAR


A tez ouro da família,
que resplandecia mil sóis em um só sistema.
O brilho dos que somos sós.
A família que se ia escolhendo na trilha.
A família do descarrilamento.
A família dos sentimentos que sobrepujam a razão.
A família do pão e do vinho.
A família que se vai fazendo no caminho.
A família do que me avizinho de toda a sua soltura.
A família que nos une na loucura e nos pede seu rebento.
A família que nos somos no momento.
A família que não tem paredes nem teto.
A família que não arquiteto.
A família sem plano nem projeto.
A família que humilha pretensões de correção.
A família que abençoa os tornados.
A família que é encontro e é achado.

Estou com o fuso da doidiv-Ana.
O fuso que é central pros desta flâmula.
Vem, desarrumada!
Vem e me desarruma!
Chove no meu molhado!
Nenhuma tempestade é pecado.
Nenhuma castidade se permite e toda fúria se proclama.
A fúria que aqui se decl-ama.
Traz-me seu volume em cacho.
Encharca, repito, meu molhado.
Eu, que sou louco certificado.

Rasga este diploma este que te ama sem por-lhe peias e sem detença.
O amor não prolata sentença,
subscreve a liberdade.
Inscreve-me em seu corpo com vontade.
Vamos! Que é cedo pra ser tarde!

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