sábado, 25 de outubro de 2025

INTÉRMINA

A vida não é terminal,
é estação.
É preciso tê-lo claro para não nos enganarmos
com o fim da excursão.

A expedição termina,
não é filha única.
Mas nunca acaba essa pesquisa
que tanto nos tumultua.

A distância percorrida nem se mensura.
O deslocamente não é jamais igual a zero,
mesmo porque esta estação já não é aquela.

As tintas firmam-se nas aquarelas,
perpetuam-se os papiros do Egito,
e ainda vivem os do Mar Morto.
Mas a evolução pede outros.

Pede que o gravado na pedra esteja aperfeiçoado no papel.
Na tela tudo parece que se deleta,
mas há a nuvem,
há o expresso do inconsciente, trem bala.
Onde tudo se guarda, mesmo o que, parece,
já não se resgata.

Por isso é preciso o sonho.
Entende?
Pois entenda-os. Tudo se estende.

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