Fugiu poesia.
Fugiu verso.
Eu agora não falo
o que calado converso.
Bandeira de time
sobre o caixão do poeta.
Prestes à combustão
o que antes fora atleta.
Moro nas asas do tempo,
perto da cara do meu filho.
Nunca sei o que tento.
Apenas sei se consigo.
E os dias escapam
de onde nunca estiveram presos.
Só não escapam nos calabouços,
onde prendem os dedos.
Só a imaginação é forra,
nascida livre e rica.
Faz abrir a cabeça
sobre o coração que palpita.
Há vida há esperança,
mesmo pra parede cinza.
Cores vivas e desrespeitosas
vão derramar-se-lhe em cima.
Eu com minhas cismas, Baleiro:
"Pra que os trilhos se não passa o trem?"
E este poema não diz nada,
que é só o que digo até ano que vem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário