Algo em sua maneira de falar
dispensa acordes
mas a canção soa.
Algo em sua maneira de sorrir
dispensa versos
e o poema se entoa.
Faz meu coração trabalhar
enquanto fico à toa.
Sou rede,
brisa,
abolição do siso.
Sou uma alegria por dia
mas o dia todo nisso.
Sou Paraíba desde Minas.
Sou fogo
(mesmo depois de cinzas).
Crepito.
Ardo.
E palpito que não tardo
em banhar os pés no mar.
(a devassar a retina o Oceano!)
Imagino que a pandemia é de sabor.
É de cheiros.
Do tato do corpo inteiro!
De gozos misteriosos.
De doces mistérios gozosos.
Mas mais que adivinhar eu faço!
(E deixa a vida consentir
procê ver se não parto!)
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