Não é sem motivo
o abrigo que te dou.
E nunca te contei
o que seu riso confessou.
Nem temores.
Nem avisos.
Nem nunca um riso frouxo
foi vitrine de algum siso.
O riso é um estandarte plúrimo.
Flâmula da insânia.
Painel da alegria.
(Nem percebeu sua dor
o que morreu porque ria).
Nada de boca às escâncaras,
que num arco se continha.
Mas aqueles olhos num brilho
capaz de acender o dia.
Isso tudo ia eu pensando,
atravessando a pandemia.
E pensando em qualquer plano
que nos adiantasse a vacina.
Mas nem apenas dela se trata
num mundo ainda pejado do mal.
Num país desgovernado
sob um mentecapto, um boçal.
A realidade não tem modos,
não tem respeito pelo sonho.
Nem pelo que sonho acordado
nem pelo que vejo em outro plano.
Mas ao Amor tudo é possível.
(Foi o Amor que falou)
Difícil é disseminá-lo
sob essa espécie de torpor
que é nevoeiro para os homens
mas não chega a iludir o tempo
de nos dedicarmos aos homens,
que só precisam de fomento.
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