sábado, 26 de dezembro de 2020

À FRANCESA

O amor não acaba,
desacontece.
Quando o que o tecia
arrefece.

O amor não sabia;
eram pérolas de chuva
do país que não chovia.

O amor aquecia,
mas o fogo mal nutrido
esfria.

Não houve guerra,
nem jamais haveria.
Não havia canhões
ou artilharia.

Havia flores,
umas em botão,
outras só de espinho.

Mas o amor,
cego recente,
não enxergou o caminho.

O amor não acaba;
o amor eu trago comigo.
O amor aqui sou eu
e tudo que avizinho.

O amor não se reparte,
o amor decola, 
arremete.

O amor sobrevoa.
O amor paira.
E quem no amor não investe
do amor se separa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário