Minha poesia é canção popular.
Faltou-me o talento de embalá-la.
Vai embalada no vácuo da minha fatuidade.
(Vai embalada no vácuo,
mas marcada por gratuidade.)
Nunca nada recolhi
com o que distribuo.
É com o fato de distribuir
que me congratulo.
A nem todos tocará a Graça
de fazer por amor
e distribuir nas praças
o que é seu valor.
Mas todo o bem está no vento,
como nele a própria floração.
Todo bem emana do tempo,
mas já me faltará a visão.
Nem todo bem se vê.
Nem todo bem se tem.
Bobo o que não perceber
que todo bem nos rende.
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