domingo, 5 de agosto de 2018

MANGUE

Moça, você é um anjo!
E se não for será o céu!
Só se me apliquem pecados
derramados desses lábios de mel.

As delícias que entrevejo
eu nem as posso nomear!
Sinto que a idade é um peso
pois tenho medo de o ar me faltar.

A mais bela flor do mangue,
ambivalência dos circunstantes,
que passam fingindo calma,
disfarçando sonhos delirantes.

Vejo-te espiar-me
e sinto a felicidade à espreita.
Mas apesar de vigiar-me
sei que a moça nem suspeita

da claridade dos meus olhos,
de meu retumbante coração.
De tudo de que me infiltra
sua remota visão.

Nada vale a distância,
jamais fiz caso dela.
Na ânsia de encontrar-te
cubro os raios da Terra!

Refaço todo o diâmetro,
alcanço suas circunferências.
Recendo à felicidade
desta vontade intensa.

E já não sei se mar,
já não sei se terra!
Só vejo a ventura instalada;
infeliz de quem espera!

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