Lá vai a moça, carente.
Coração na mão,
como batata quente.
Oferece-o ao ateu,
oferece-o ao crente.
Mas não são tempos de fervor
(para nenhuma gente!)
O tempo é o da solidão,
mesmo aquela acompanhada.
Tem-se todos na mão,
e não se tem nada!
Tinham mais conexão
o vovô e as cartas.
Quando do Turcomenistão
não se sabia nada.
E quem entende os macetes
dos tempos modernos,
em que se está de longe
mesmo se estando perto?
Melhor era o desfile alegre
pelo passeio público,
que as moças tinham esperança
que as levasse ao púlpito.
Onde o padre, inspirado, proferiria,
ora escravidões, ora alforrias,
misturando (quase sempre)
o lamento e a alegria.
Mas não esteja a moça combalida,
estes são tempos de festa!
Jamais antes se viu
tamanha oferta!
Muita gente estrepitosa,
num mercado em expansão.
(Há órgãos muito mais prementes
do que o coração!)
Adapte-se já! ESqueça o lamento!
Não há mesmo como voltar no tempo!
O que houve outrora já não existe,
e só nos resta perfilar a alegria triste!
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