Os poetas jogam pérolas aos porcos,
são navios sem portos,
ou portos sem capitania.
"Larguem do meu braço!", disse um grande.
"Que maçada! Eu não sou da companhia!"
E não o sendo não entendo pra quem faz sua poesia.
Dizem que sempre resta a mãe,
ou, na sua falta, alguma tia...
Mas poesia não se faz porque se dá,
mas se faz porque se deu.
Não se sabe ao certo de onde sai,
e talvez saia mesmo de Deus!
Então não importa muito pra onde vá
depois que o distraído a leu.
Deus se derrama no que há,
mesmo que só haja ateus!
Então que seja feita com fervor,
ou só de dor, ou do nada!
E só quando não houver mais o amor,
só nesse dia a poesia acaba!
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