Espetou o dedo na roca,
e quer dormir por cem anos.
E quem sabe pra mim não é melhor
que a moça me vá sonhando?
Se me sonha me conserta,
e fico super ser humano.
E protege seus frágeis ouvidos
dos concertos que dou se me banho.
Mas se não me ouve não me entende,
e nossos "nós" não desatamos.
E quem é alguém no mundo se não se desata?
Em riso, ou o tino, ou mesmo o nó da gravata?
O melhor é que esteja desperta,
pra de perto nos despertarmos
tudo aquilo que, sem coragem,
só haveria num mundo sonhado.
E o mundo é melhor pra quem o habita,
pra quem o fita e se dá por achado.
E talvez seu mais fino segredo
seja saber o que deve ser procurado.
E se os olhos lancei
a cintilantes cinderelas,
nela devo tê-los pousado.
Rico mundo, fecundo,
o do sonhador profundamente acordado.
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