segunda-feira, 23 de setembro de 2013

FLUXO


Paris, 06 de setembro de 2013.

A pressa, parece, é a mesma partout. Pas la paresse de ces jours! Há qualquer coisa sedutora na indolência dos franceses que desfrutam qualquer verde que se lhes depare. Estiram-se por todos os jardins, espraiam-se à margem do rio. É a alegria concentrada de quem sabe que a estação  não lhes dura nada. É um afã de perpetuidade. Não sei nada do eterno, mas o terno e simples espetáculo me fica, porque todos somos capazes disso. Pobre do maldito que, numa tarde de enguiço, não sabe desfrutar a alegriazinha besta de uma rede amarela; uma rede para pensar nela ou só para não se estar a trabalho. Uma rede para se estar ao agasalho do sonho, mesmo se desperto. Uma rede, uma tarde... A felicidade anda perto. Vagabundo aqui, vagabundo em Paris, vagabundo onde a sorte me quis. A sorte de andar à toa. Andar à toa é um pouco de infância, o tempo da Samoa. Alma que se expande e dilata. Alma que aquilata que nada atordoa. Só vago, tudo é vasto! Sem tramas, sem embaraços. Minha alma é amplidão!

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