quinta-feira, 23 de maio de 2013

só Te pego lá fora!



Nascem, casam-se e morrem,
e assim eu vou à Igreja.
E a cada etapa que avançam
pode ser que o Senhor me veja.

Queria pedir-Lhe, Senhor,
que nos entrevistássemos em outra parte;
porque com tanta ladainha
eu não me sinto à vontade.

Que seja sítio livre,
sem tanta contrição.
E onde havendo o que me agite
eu solte um belo palavrão!

Palavrões são grandes palavras
pros momentos de aflição;
e também dão alívio à alma,
como outra qualquer oração.

Então, Meu Senhor, eu Lhe peço:
deixemos de paramentos!
E sem amarras, o que prefiro,
profiro o que me dá alento.

E pra quem, Louvado Senhor,
nesta conversa não nos ouviu,
reverbero, em hora de espanto,
um bom puta que pariu!

O Senhor está em tudo,
não só na segunda do plural;
então este pequeno poema
não tem por quê pegar mal!


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