De-Solado
Vi, numa noite torta,
sair do meu país a moça,
fechando atrás de si a porta.
Faço estandarte da tristeza,
que nem nota!
Nota a mim de despejo;
morto, despojado do desejo,
saio pela rua sem norte,
a ver se me toca a sorte.
A sorte sei que não me socorre;
o azar pode ser que adorne.
O azar de quem erra e não dorme,
aflito da moça calada,
a antes tão desejada.
Deixa-me a alma inflamada;
é a deixa: não há nada!
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