sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Habilidade: Culpa

Quando eu nasci não lembro se houve anjo ou não safado, mas já me diziam que havia muito alguém pagara o pato. Então de onde nos vem tanta culpa? Se quem não deve não teme a minha dívida é inata. O que terei feito de tão mau além de jogar uns balões de água da varanda, fazer um par de provas de inglês pra colegas aflitos, lançar-me a seduções (que não podiam mesmo ser castas), olhar para de onde não me queriam visto, desejar sem fazer por lograr e só querer o que quiser?

Convicto? Convicted!

De onde a culpa de ver deambularem cães vadios pela rua? Os canis que fizeram sua aposta em se nos fazerem familiaris e isso de nada lhes valeu? A de dispensar a diarista que grunhe o incompreensível enquanto reduz a casa a pó quando só deveria tirá-lo? A de dar aulas de línguas de escasso emprego quando os que por elas pagam os tem muito bem remunerados? A de cobrar, sendo panificador, a dívida que lhe têm do pão (mas o pão!) anotada em caderneta os que nem por terem-na deixaram seus turismos e supérfluos?

Bah! Flua!


PS: Oswaldo, e se puder, sem medo!

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