terça-feira, 17 de dezembro de 2024

OPORTUNO

Obrigado, Senhor!
Por isso que é o outro nome da vida:
oporutnidade.

Que eu possa não gastá-la,
mas investi-la.
Que eu afine meus ouvidos
para ouvir o que ela me pede.

Que eu tenha a coragem de não me revestir
da proteção que seja apenas medo.

A vida, inevitavelmente,
acaba em desmantelo.
Mas só da casca.

Que a minha visão seja aguçada
para ver o proveito além do risco,
isso que eu traço.

A superação do atraso, 
a liquidação da dívida.

Não queimo pontes,
que outros viajantes podem atravessar.

Que o meu juízo clareie 
para que eu saiba aonde não voltar.
Retaguarda só em socorro,
regresso só o da revisão.

Disciplina, disciplina, disciplina,
para seguir a minha bússola codiforme,
apoiada na razão.

Razão, claro, cordial.

O passo firme.
O sim, sim; o não, não.
Mas em gentileza.

Gentileza mas assertiva.

Que eu tenha o devido carinho com o Tempo,
em respeito à graça de ter nele visto a única riqueza real.
Tempo que em tudo se converte,
e em que nada se converte.

"Bonito como a cara do meu filho", 
do meu pai e de seu bisavô, a minha.

Não são círculos. É uma espiral em abertura infinita.

Oportunidade, o nome verdadeiro da vida.

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