Acordei sozinho,
como sozinho me deitara.
E cansado após
a madrugada povoada.
No domínio do sonho
há multidões.
Cada rosto que vejo
é uma minha inclinação.
Ali sou capaz de tudo,
e nada foge ao meu olhar.
Estarrecido me censuro,
surpreso me congratulo.
Como poderei, ao acordar,
ser novamente uno?
Sob a capa do dia,
conformado aos olhares.
Mas a alma irradia
tudo quanto lhe arde.
Não estou falto,
estou guardado.
E fica adiado o tesouro
para o tempo em que me abro
e sou-me ao invés de outro.
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