Nesta antiga de mares e bosques
há senhoras também nos quiosques.
Os senhores estão pela orla.
(Serão tão profundos quanto o oceano?)
Na cidade escrita no mar ninguém apeia da vida.
Os cuidadores limpam as feridas.
Todos querem mais um dia
dessa bela oração.
Talvez peçam a Iemanjá.
Talvez a São Sebastião.
Talvez só fitem o mar
e lhe aspirem à imensidão.
O mar não lhes mente.
Confessa a eternidade.
Recende ao sal dos tempos,
e também sabe a cidade.
Cidade que é de todos,
escancara-se a quem lhe chegue.
Mas é muito mais dele:
o carioca idoso.
Esse que soube e sabe viver,
cada um um Vinícius.
Esse que sabe ver
(um Drummond de precipício).
E lá no Leme tem Clarice.
A cidade também é confusa.
Na Zona Sul é tudo tão chique!,
mas também tem a parte intrusa.
Ou tratada como tal.
A tal gente que se pendura
nos tais trens da Central.
Uma gente também ternura
(mas ternura de carnaval!)
Sol-mar
Só mais
Somar
a paz
Rio, te levo nas retinas,
nunca pedra no caminho.
Rio te tenho carinho,
porque tenho carinho à vida.
(Rio, 21/11/2016)
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