sábado, 5 de novembro de 2016

PAÍS DA VONTADE

Sou o país da vontade.
Preciso de seu concurso
pra penetra-lhe a intimidade.

Sou o país do tesão.
Sei que a proximidade
não lhe parece invasão.

Sou o país do sexo.
Sei que vai-se entregar
e vociferar o sem nexo.

Sou o país do samba.
Sei que não vai-me negar
guerra santa em sua cama.

País da satisfação.
Ignoremos as notas
da pedrarrolante canção.

Somos países vizinhos.
E não demora tanta vontade
fundir-nos no mesmo ninho.

Somos países fronteiriços.
Valem laços de amizade,
mas sem domínio ou feitiços.

Somos de um só continente.
É quase a mesma língua
para o jogo do contente.

Com outros somos vasto mundo.
Outros nomes dariam rima,
ainda sem solução.

Apenas se lembre do claro:
Quanto mais "sim!" menos "não!".

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