sábado, 19 de setembro de 2015

MULTIPOLAR

Alegre, triste e poeta.
De Cupido, a flecha.
De Midas, o toque dourado.
De todo o sentimento do mundo

o pobre estou encarregado!

Não há natação que fornecesse
ombros de uma tal largura
que bastasse a suportar
tão estridente tessitura.

Teço o lamento de mulheres
esquecidas com seus terços,
rogando proteção celeste
pra cafajestes desde o berço.

Teço a alegria de homens
rodeados de mulheres,
sonhando rabos de saia
todas as tardes, sem férias.

Teço o festejo das crianças
vendo mudar a estação,
munidas de baldes e pás
para abençoar o verão.

Só a mim não abençoo,
a mim que me entoo
sempre que entoo um qualquer.

Mas sou feito e refeito de versos,
pode vir o que vier!

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