segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DE RUA

Leio até me arderem os olhos
o livro do Pessoa que chora,
com os olhos ardidos de outrora
ter lido o livro de Cesário Verde.

Vê-se a quê vamos,
a que desvãos?
A que vamos,
se é vão?

O que há de belo no que chora?
A vida está toda lá fora,
livre de pautas e margens.

A vida está toda lá fora,
e não cabe em nossas imagens.

Nossos olhos tão ardidos
ficariam comovidos
vendo o Sol arder.

É dele que isso é próprio,
nós ardemos no vulgo.
Fecha o livro e ganha a rua

é a ordem que ora intuo!

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