sexta-feira, 16 de agosto de 2013

OLHAR

Não me toca a toga,
não me toca o morteiro.
Só me toca o que me toca
o corpo inteiro!

Por sonhos sou absorvido,
habito seus campos incertos.
E mais não me ocupo, portanto,
do real que não está bem perto.

Sofro o real adjacente,
e sonho lonjuras e distâncias.
E desperdiço tantos pedidos
com o que não se obtém por instâncias.

Devo cessar de desejar e realizar,
tornar palpável o que só a mente sente.
Tornar concreto, certo, palatável,
aquilo a que aspiro: outra gente!

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