quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ANIVERSÁRIO (MINHAS CARAS CARAS)

Meu poema é um bilhetinho engarrafado,
lançado ao mar e deixado à deriva;
vai-lhe dentro um grito dobrado,
redobrando a vontade de vida!

Mas a solidão de náufrago é cena,
tenho uma vida assaz frequentada:
toda hora é um amigo que acena,
ou pro profundo, ou pra não dizer nada!

E quem se deixa estar sozinho
é quem de verdade naufraga;
a senda luminosa é o caminho do carinho,
que fazer fita que nada!

Então, no dia dos meus anos,
quero pôr a cara na rua,
e tê-la a iluminar-se, arrebatada,
vendo assomar-se-lhe a tua!

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