sábado, 23 de março de 2013

Sol Súbito


Surge, súbito, o sol sobre o campus
e lhe restitui a alegria.
É sexta-feira e ela é completa,
alegria sem eira nem beira.
Só eu, caminhando meu passo curto,
é que não a partilho.

Fez-se já a partilha de mim
e não sei a quem coube a alegria,
a alegria que não cabe em mim,
que sou só saudade.

Talvez também algum lamento!
Sim! O de sair sem as chaves
quando a porta se fechava por dentro.
Por dentro e com só tocar o batente.

Bato-me com os dias e,
se não desconheço a alegria,
é que conheço a recordação.
O passado é leve, tão leve
que não entendo porque
não me bastam as forças
para que o traga ao futuro.

Já sei! Pra isso é preciso concurso,
o teu concurso, mas és desviada rota,
desvairada rota.

Amarrota as cortinas se preciso,
mas abram-se!
O sol quer entrar!
E a luz será sempre benfazeja
se a soubermos moderar.

Só me falta a tua maciez de nuvem
para (até núbeis) já podermos nos reinstalar.
Estala-me então o beijo na fronte,
o beijo forte,
o beijo por que soube esperar!



(Poema feito hoje cedo.
 Começa apagado, termina aceso).

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