segunda-feira, 25 de março de 2013
Eu estranho de mim
Cai a tarde feito um viaduto,
mas não trago trajado o luto;
seria ultraje com tanto a lutar!
E meu combate não será vencido
pois só ao me ter conhecido
poderia eu o deixar.
Mas quanto mais me olho mais me estranho,
e não me estranha eu não ter rebanhos,
que não sei pastorear.
Só sei errar a esmo, à cata,
ou comandar velha fragata,
aberto o veio do mar.
Navegar, dizem, é preciso,
mas me indispus com o astrolábio;
briguei com a bússola;
rasguei o mapa.
Vou ficar aqui esquecido,
a ver se você me passa!
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