Não tem como por de volta
o galho arrancado à árvore.
E fica a força bruta atônita
diante dessa simples verdade.
O tempo e a marcha.
A marcha e o detento.
Não se vê mesmo por fora
o quanto se passa por dentro.
As células, o baile.
Ou o quebra-quebra
quando o câncer invade.
(Ou 'aquela doença', nos termos de Minas,
que tenta impor silêncio ao que silêncio determina).
Até o náufrago tem a fé
da garrafa e do bilhete
As cinzas têm fé rediviva
no reflorestamento.
As freiras têm fé compungida
pelos cantos do convento.
Ou pedem com fervor
que a falta de fé se inverta.
Apenas eu,
trancafiado em minhas consequências,
não consigo provar que vivo.
E vão provar pela minha morte
o fato de eu ter vivido.
Até que sacramentado
o tão merecido olvido.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
MILÉSIMO
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