domingo, 3 de janeiro de 2021

INSISTÊNCIA

Estou muitas vezes às portas do choro
como se o desconsolo
fosse a porta não se abrir.

Desamparado,
sem aldraba ou maçaneta,
sem campainha
e pior... sem voz!

Quisera lançar um grito atroz,
mas é interdito ao privilegiado.

Quem pode falar sem peias
não pode bradar "socorro!".
Então um pouco me morro,
num paradoxo crepuscular.

E nesse perdido solto
a nada me entrego
(desespero ou outro),
que conheço o sestro da aurora.

Se recolhe,
empurrado o dia,
mas horas depois que o Sol se retira
já é de novo sua hora.

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