Vai o barquinho do que era
ganhando o horizonte.
E o que começou quimera
já não justifica pranto.
Os problemas não têm relevo.
As brigas me põem a pensar:
"Por quê entreguei-me a elas,
eu que já não era rapaz?"
Não era rapaz mas não jazem
o orgulho e o egoísmo.
Em tudo que agora repasso,
refaço o acerto comigo.
Puxo a voz da consciência,
respeitoso e pequeno nesse Tribunal.
E sei que a má insistência
me atrasa, tolo e banal.
Mas essa tapa tão merecido
é do tipo que é propulsão.
E já não sou o que tinha sido;
abandonei a contramão.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
FLUXO
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