Para Fá.
A dor, neste mundo,
anda em tudo de entremeio.
No bonito como no feio,
e não existem neutralidades.
Cabe-nos respeitar,
tateantes,
essa paz em que a dor descansa.
Dela não há distâncias.
De nada se extirpa a chance.
A dor embarca em relances
onde falta o cuidado.
Onde a tranquilidade vacila.
A dor não respeita filas,
que a lição vez por outra quer-se expressa.
A dor não é exclusiva de quem peça.
A dor é peça!
Nada nos livra dessa hóspede a tudo atenta.
Mais nos valeria o respeito que a fuga.
O medo já não se usa
se o objetivo é crescer.
E já vai na frente a locomotiva de Luz,
a quem o medo não seduz.
A que vai fazê-lo de degrau.
A que sabe que estar nos trilhos
não é nada acidental.
A que repara, olho-vivo-faro-fino,
onde estão as estações.
A que entende os intervalos no passeio,
e que avança às oportunidades.
Temos começo em cada dia.
Quem inventou a noite
(não a inventou para nada...)
também concebeu a alvorada.
O Amor desperta.
Amar esclarece.
O que ama entretece
o fio luzidio da libertação.
Ninguém tem tempo pra ilusão,
tempo pra desvio.
O nosso tempo é pros desafios.
O nosso tempo faz-nos fortes!
Eu o que desejo,
aos atentos e aos distraídos,
é a mesma sorte:
Olhos que, de vivos,
transcendam mortes!
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