quarta-feira, 20 de março de 2019
SONHANDA
Parece longe à fome
o dia de saciar-se.
Parece-lhe, a ela,
a nada confinar-se.
À natureza parece-lhe sempre
que a fome nunca excedeu seus recursos.
E que não é culpa sua
o mal que se distribuem.
Com o amor a coisa não é outra!
Tanta gente a escutar
quanto há gente rouca.
Roucas do muito gritarem
o lastro de sua intenção.
Depois loucas do expiarem
a inevitável frustração.
Porque quem quer suavidade
não grita, sussurra!
Quem grita não acalenta,
assusta!
Sonhos são pro acalanto,
são pro canto,
não exasperam.
Exasperar é coisa pra pesadelos!
(Os sonhos afagam os cílios,
não doem nos cotovelos).
Os sonhos não pedem ajuste,
são o natural concerto.
Os sonhos não têm fim,
apenas tiveram começo.
Os sonhos, paz que são,
são o caminho.
E os sonhos só são sãos
se não são os de um sozinho.
Recife, 17/1/2019.
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