Para Tom.
Tava ali tão frágil,
recente.
Tão indefeso ao amor.
Eu não sei o que me acende,
de onde me cai o louvor.
De onde me vêm os cânticos.
Eu não tenho nenhuma certeza
nem nenhuma se reclama.
O amor basta ao que ama,
como basta ao cansado a cama.
Eu sou a profundidade
que não atravessou superfície.
Que tipo de artífice?
Nenhum, a natureza!
Eu não tenho nenhuma destreza,
eu sou acidental.
Sou apenas puro
(não sou ornamental).
Não sou atormentado,
sou o escorrer dos dias,
fluo.
Sou a tranquilidade em alegria.
Sou forasteiro em terra sem fronteira,
sem guardas.
Eu sou a realeza
de saber que tudo falha,
e ainda assim é tudo muito bonito.
Não vou desperdiçar os momentos(,)
que são as peças do infinito.
Não, peça,
receba!
Essa é a única coisa
que te posso dizer com clareza.
Recife, 20/11/2018, 00:36. Hospital Vasco Lucena.
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