sexta-feira, 2 de novembro de 2018

JANIS, A GATA.

O caçador despertou dentro de Janis.
Está-se alternando entre caçar
formigas e o vento.

Não confessa como faria um cachorro
mas acho que me caça o tempo.

Mia para o meu encanto,
traz a mão sobre sua cabecinha.
Minha mão não quer deixá-la
nem pra fazer poesia.

Janis caça o vento.
Emprego meu tempo
em observá-la.

Janis, vão-se os tempos
em que não lendo
não fazia nada.

Janis, quero dar
notícias suas ao povo.
Mas quase toda a gente
acha a Tribuna do Gato um estorvo.

E eu os condeno da Tribuna,
e no meu Tribunal,
como todo pai orgulhoso.

Janis, tudo pode seu advento,
como nunca puderam outros!
Janis, pra levar-me à rua
o programa tem de ser transcendental.

Janis, já entro na fase
de não te achar tão animal.
Aquela sua sempre fase
de achar-me um seu igual.

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