quarta-feira, 7 de novembro de 2018

VÊM

Olhos arregalados.
Palpitações.

De outubro parece cair uma noite
profunda, mais duradoura ainda
que o intervalo forçoso entre dois dias.

Os experientes julgam rever
o que então se via.
O pé na porta,
a agonia.

O medo faz reféns.
O medo é uma longa véspera.
E se não nasce o dia?!

Mas não o diz nenhuma profecia.
O poeta ainda diz que é pra frente que se anda,
para a praça, as coisas de amor.

Eu já antes ainda cansei
do culto do dissabor.
Eu quero o arco-íris!

O que nunca se prevê!
O que ninguém espreita,
a maravilha insuspeita. 

Eu quero a súbita colheita
do que o vinte e um vem-nos trazer.
Quantas bolas na cesta?
Onde se guardava a Letra?

(Só sei que a Letra me atingiu,
mais fácil e cedo ao que estou no Brasil.)

Há esta Letícia e a outra,
e até uma terceira eu cantei!
Tem o Xarapim,
todo a cara de um estopim!

Há o Lipe, Luiz, Lelê, Danilinho.
Vocês nem calculam o tamanho do ninho!
Tem a Nina, dá-se um Tom!
O tom de uma bela verdade!

Este tempo não é tarde.
Não existe entrave possível
pros em que arde o real progresso.

Não é certeza, eu confesso.
É o que se intui, é a fé.
Nem 20 ditaduras impedem esses meninos
de entregar o que trouxeram!

Acreditem!
É só o que lhes peço!



SAPOC

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