Para João, Clarice e Olga
Num ansiado cruzamento de líricas,
beijo João Cabral
e o Capibaribe entra em minha mística.
Águas por que tentaram Severinos
uma realidade menos crística.
Onde a faca não os cortasse,
aliviados de forma híbrida:
Nem cabo,
nem lâmina,
só a vida e sua rixa.
Capibaribe que viu Clarice
viver sua meninice.
Descobrir encantada Lobato
e o que em livros se descobrisse.
(Livrar-se do tormento todo
que se sofre o que não se disse...)
O Capibaribe e tudo em que aporto
obriga-me à expressão.
É talvez mais um São Francisco
que deságua em meu coração,
que embora não tenha visto a seca
precisa de fluidez.
E a chance se aproveita
e eu do rio sou a tez.
A parte que o importa
e cospe de volta ao mundo.
Esquina em que Severino
me encontra e a meu Raimundo.
(Sempre a serviço da rima,
nunca da solução...)
E pra que procurar se o mar
não melhoraria o Sertão?
Este mundo não é coisa certa,
é mundo de transição.
Não falo de ir a verde
a deserta vegetação.
Falo da gente mesmo
que ri e chora sobre este chão.
E da moça e de seu rapto,
do rio que no mar se salga
pro que deságua em minha constelação.
Recife, 17/12/2017
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