domingo, 1 de janeiro de 2017

UM PRIMEIRO

As cinco vão a seis.
O céu rajado de rosa,
depois de uma noite ruidosa
(mas belamente ruidosa),

não me deixa em erro.

É dia de ano.
O dia mais primeiro!
O arauto da esperança,
daquela esperança que já se acanhava,
sentia-se besta diante de tanto desmantelo.

Essa besteira é o medo!

Mas o medo é mesmo uma besteira!
Já o disse antes:
é a serviço da conservação.

Mas hoje a esperança amanheceu.
Está fortificada!
Pede ação!
Acredita que todos os erros são o de ontem!
São o passado.
Até casa-se com o futuro de papel passado!

Seu papel é a construção,
a reconstrução.
Vai de madeira de lei
ou no pau de sua abolição.
Tudo se reescreverá!

A esperança está fortificada!
Mais que os fortes litorais!
Mais até do que os literais!
Não vai morrer na praia...

Disse um poeta de outra vez que
"a esperança também dança
como monstros de um filme japonês".
Não! Não!
É o tempo do sim!
É outra a dança!

Esperança bailarina. 
Ela baila e dança o medo,
dança a carnificina.
Dança o fratricídio.

Tudo sempre teve um início!

Aproveite a bebida espumante da virada
para virá-la no casco da embarcação.
Os poetas cantaram os mares.
As poetas cantaram as águas.
(Essa gente é bom escutá-la,
que é tudo aurido do coração!)

O dia é o da confraternização!
Universal!
Não se acanhe com só o seu mundo,
é tudo muito mais profundo!,
embora seja singelo.

Tudo o que vejo é belo!
Te deixo um beijo lascivo,
mas um abraço que é-terno!

Vamos que não há nau frágil,

apenas naus a que se disse "não!"
Mas já não!
SIM!

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