Eu sou o desacerto.
Nem eu mesmo me perdoo
os crimes que cometo.
Ou de que sou acometido.
Aquele que me mato
já não moro comigo.
A eternidade é certa!
Pouco importa o veneno,
pouco o tiro na testa.
Pouco o que me atropela,
pouco o de que me embaraço.
Só desacolho o tormento.
(Negando-lhe meu regaço...)
Venham as tropas,
o pelotão de fuzilamento!
O choro irrompe,
liberta a alma!
Eu me alojo no tempo!
Fui. Sou. Serei.
E amanhã já me esqueci
do de que agora me lembrei.
Mas eu já não descarrilo,
sigo o trilho de onde parei.
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