quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

NANO

Os mais belos poemas,
dos melhores poetas,
estão escritos!
Temos licença pra ser pequenos!

Para nos apequenar aquém daqueles,
menores do que quando foram mínimos,
quando havia ainda a mínima grandeza.

Estamos livres para conspurcar a página,
dotá-la de nódoas tristes,
tristes das nossas agruras
nada revelarem que se some à dor dos homens.

Porque os homens são tantos, e são tudo,
e se agrupam no universal.
E nós não nos destacamos;
singulares, somos mesmo quaisquer.

Abandono, 
dono sem bando.
Do contrário, o contrabando
do que se dá sem ser recebido.

E vamos anotar no vento
o que logo que esculpido se diluirá.
Porque somos indefinidos e disso
nem a morte nos redimirá.

Somos indefinidos e nada esperamos,
nem restamos eterno esperar.

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