domingo, 27 de janeiro de 2013

Às vezes alto demais


Insinua-se a chuva e me ocupa
em dedilhar mistérios.
E não toco com as mãos
o que só aos dedos é dado tocar.
E as coisas não se entregam
por eu as adivinhar.

Fez-se o mundo do que não sei
e nem se me impõe pesquisar.
Viver, ainda com sorte,
é um jogo de azar!
E com que terão sido brindados
os consortes em que gasto o olhar?!

Medito neles o que não me atrevo
a eu mesmo experimentar!
Habito o beco, é meu jeito
de não me encurralar.
Não é defeito embora o preço
esteja alto e a pagar.

Apago-me.

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