domingo, 18 de abril de 2021

M'EMENDES

Ainda somos escravos da máquina e do tempo.
Outras máquinas e, decerto,
outro tempo!

Os tempos são outros!
(sempre outros...)
Isso todos o proclamam,
arautos do legado dos arautos.

Apenas a massa-leviatã parece engolida pelos dispositivos.

Mas ainda ninguém se dispõe
ao contato efetivo.
E mesmo se consagram
ao desprezo recreativo.

A única reciprocidade em voga
é espiar de volta na calada da noite.
Calada no que não tange o ar.
Um muxoxo e pensamentos pouco caridosos.

Mas quem se expõe arrecada outra coisa,
a que sua alegre fantasia ditou.
Triste tempo em que um sorriso não é sequer só mostrar os dentes,
como sempre fez a gente que não sabe sorrir.

Mas que proveito em outros talentos?
O que fazem com tanto dinheiro?
Todo ouro é de tolo.

Antes a resplandescência,
a cintilância,
os arroubos.

Antes os doidos de pedras da Lua,
de crateras da face escura.
Desde que ali sonhem com o Sol.
E esse sonho é já vê-lo.

Esse sonho é que irá devolvê-lo.
Mas pra quem não sabe de luz tudo é eclipse.
Outros tempos...
(e tristes!)

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