terça-feira, 4 de agosto de 2020

MANCHEIAS

Não me desmancho,
o manche é meu!
Seu foi o aeroplano
que arremeteu.
Não sou kamikaze;
enfrento a ferida,
gozo a gaze.

Ela é cura,
é recuperação.
Meu plano segue reto
para a retificação.

Meu plano é ascendente.
Sonho nas nuvens com pés no chão.
Meu sonho desata correntes
contra a corrente do aluvião.

Meu sonho vigia a meta,
vigiando minha intenção.
Vigiando meus processos.
Ao senhor doidivanas, se retire!
(Eu lhe peço!)

Nada de escola da incúria.
Nada de pra se molhar
fugir da chuva.
Nada dessa precipitação.
Aqui vivemos como se deve:
adequados à estação.

De nada me serve ver neve no Sol
ou galhos secos nas frutas.
Não vive nenhuma verdade
o que ao cuidado se furta.

A vida real se perscruta,
admira, entende.
A vida tem suas verdades,
se isso te surpreende.

Quem não tem coragem não se esforça.
Retaguarda é atenção.
E na vida a mais bela atitude
conserva-me o manche na mão.

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