Paralisia da alma,
petrificação do pensamento.
Deprimido, a depressão
não é senão tormento.
Os olhos se turvam.
O paladar ignora.
Tudo antes tão vivo
apresenta-se morto agora.
Porque o entorno faz-se de mim,
que sou insulamento.
Faz-se de mim,
distraído em afogamento.
Preso a correntes,
não aproveito a correnteza.
Não me lembra ter talentos,
não percebo a gentileza.
A vida não me é grata,
não tem motivo ou valor.
Minha estação é estática,
padeço frio e calor.
Pareço infenso à melhoria
e só o que se me apresenta
é uma estranha alforria,
torto desejo de libertação.
Mas algo dentro de mim
denuncia a ilusão:
Não se escapa à vida,
ela é o tudo de todos.
A alma que se crê fugida
já está nela de novo.
Ou está nela ainda.
É uma escola obrigatória,
(e pro insurgente é reformatório).
A vida só melhora com o amor,
é inútil ter-lhe ódio.
É inútil o desgosto.
É inútil detestar-se.
Só o que é útil na vida
é o intuito de melhorar-se,
o esforço de ascensão.
Na reluzente escola da vida
até bomba é recuperação.
O aprendizado dá-se e
a quem não recolhe impõe-se.
A vida é esta escola hoje,
a mesma que já era ontem.
E eu tenho dito sempre:
toda escola tem mais lição que recreio.
E não o digo pelo prazer de pregar-te
mas por ser de fato no que creio.
Então recolha suas penas,
que pelo resultado são outras tantas alegrias.
Recolha toda chance, grato,
e vamos a mais um dia!
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