segunda-feira, 2 de março de 2020

SEM FLECHA PRETA

As simpatias vigem,
como qualquer consistência. 
Não adianta sentir-lhes medo 
nem opor--lhes resistência.

O humano transita.
Instiga, ou só agrada.
O pobre coitado que frita
apenas a si atrasa.

A confluência é desiderato,
propósito divino.
Não detêm-na espalhafatos
ou birras de menino.

A humanidade é gregária,
tudo é pra se compor.
Então melhor abrir a porta 
e depor placas do que apor.

Deixem os rios fluírem,
que pra isso se fazem. 
Pra conectar os fios das fontes
aos muito mais amplos mares.

No fim tudo se toca.
Toca é pura bobagem. 
E deixa a chuva e seu fio. 
Não são tempos de estiagem.

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