O amor é um construto,
é um túnel de um lado a outro.
E já viu dançar em seu escuro
um vulto que não seja louco?
O amor pede passagem,
ou talvez seja passagem apenas.
Dou meu passaporte a carimbarem
e o suspense é de fazer pena.
Porque há um homem no guichê
que me olha de cima abaixo.
E pode ser, já vamos ver,
que não me deixe atravessá-lo.
Mas eu quero ultrapassar a cancela,
não cancelem a minha chance!
Posso conhecer a fundo
o país que se chamou romance.
Mas foi tão buliçosa a revolução
que propôs-se a novo batismo.
Então chamou-se namoro
o país que agora fito.
E se entro e o habito,
se me dão todas as chances,
só o futuro dirá
a que nomes vai o romance.
Mas os nomes são só palavras,
e eu até me importo com elas,
mas são apenas outra passagem
pro que mais me importa
que é ela!
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