sexta-feira, 27 de novembro de 2015

TEMPUS

Sinto cócegas de sono,
mas me sinto dono do meu tempo,
distribuindo-o ao que faz o sorriso,
que às vezes escondo,
às vezes ostento.

Quem muito só ri
não é levado a sério,
e eu não entendo
o mistério disso.

E às vezes sonho
que largo essa gente
e vou pra tribo
do imperfeito juízo.

A perfeição é preocupação vã;
nunca se atingirá,
nem hoje,
nem amanhã.

Hoje, amanhã, outra vida...
Não importa o quanto se tente,
não importa se muito comprida.

Vou distribuir meus minutos
entre tumultos e calmas,
alegrias largas e estreitas,
pro corpo e pra alma.

Vou ficar com o produto da mão,
mesmo de costas pra palma,
e pras palmas de outras almas.

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