sexta-feira, 29 de maio de 2015

ATRITO E PAZ

Eu sou Cristão?
Não sigo Cristo,
não sei onde Cristo está.

Mas o atribuído a Cristo,
eu quero experimentar.

Sigo-o ao ponto
de me baterem e eu não revidar.
Mas a face ofendida eu recolho,
e a outra não lhes vou dar.

Penso que chegar a tanto
só aproveita ao agressor.
Eles às vezes são tantos,
só com dez faces num projetor.

Às vezes me batem
e não vou à guerra.
Às vezes desejo que sumam da Terra.

Ou até que a Terra os coma,
embora disso me arrependa.
Minha energia é pro cântico,
não pra alimentar contendas. 

Contenta-me evitar o atrito,
mesmo se para isso, repito,
há a covardia de fugir do conflito.

Alguém atrito é preciso,
já me dizia o Carlos Maltz,
ou fico sempre no mesmo ponto,
e só me delicio com o Mate.

(Mas não posso atritar tanto
ou um mais nervoso pode ser que me mate!)

Atrito o necessário
para o deslocamento.
Ou pergunto a Newton:
sem atrito não me desloco ou só fico lento?

É, não se evolui sem atrito,
aceito-o, mesmo combalido.

Começo a me perder nas rimas,
e só queria fomentar a paz.
Então gasto o meu fermento
em bolo branco, não lilás.

E não briguem por "dá cá essa palha",
quase sempre não é nada demais!"

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