sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

VELOCISTA

Os anos arrombam as portas a qualquer vida.
Para o tempo não existem vias impedidas.
Existem preferências e faixas exclusivas.

Tudo ao Tempo,
que precede e sucede a vida.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

INCESSÁVEL

Floresceram artistas sob todos os regimes,
e flutuando em todos os índices. 
Sob e sem censura.
Onde integravam a cultura.
Para ressoar ou inaugurar um som.
Escrevendo ao gosto do povo, ou o ilegível.
Revivescentes canhões líricos.
Guardados no baú, indo ao ar.
Cavando seu lugar.

Pintou-se sob toda luz.
Esculpiram-se os deuses, 
os demônios,
e os êxtases que dão.
A fome. O fruto. O pão.

Produzem entre os solstícios.
Com o Sol a pino, no escuro.
Dois dois lados do muro
(e só aos lados).

A arte pulsa.
A arte é imparável.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

INFLORESCÊNCIA

O figo acontecido em torno do inseto
tem mais substância do que eu nesta hora.
Mais simples,
e de muito mais propósito.

Mas sigo
(incompreendido e insólito).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

COLHEITA (Ventura)

Sim, é verdade!
Se você está no topo,
daí é só ladeira abaixo.

Mas relaxe!
Sem angústia.
Sem azáfama.

Os 15 minutos só se contam
para muito piores safras.

domingo, 7 de dezembro de 2025

PLENILÚNIO

Noto que a Lua nos entende,
lado claro, lado escuro.
Não nos chega de repente,
mas com aguardado apuro.

A Lua nunca deixa na mão o lunático.
Nem o esfuziante,
nem o sorumbático.

Não há iminência de catástrofe.
O êxtase é pleno.
A Lua é o fiel farol
do homem nem tão terreno.


sábado, 6 de dezembro de 2025

UM TOQUE

Vivo esbarrando no terceiro
ao buscar o quinto andar.

Onde, afinal,
eu quero chegar?


sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

TOBOGÃ

Já eram muitos os degraus em demanda do tobogã.
"Eu sei que vou te amar", atrás. 
"Eclispe oculto", atrás.
"Nuvem", atrás.
"Olhos nos olhos" atrás.

Tantas crianças precisando da aventura
te tiram não a coragem, mas o direito de desistir.

Agora um pano qualquer, contra a resistência
de uma superfície que pouco importa (pois será vencida)
devolvem-lhe a certeza de estar viva.

Medo, zelo, frio na barriga, euforia, alívio,
tudo saltitando em um rearranjo que te devolve matéria prima.

Apure-se, agora é "Construção".