As coisas já não são mais as mesmas.
Aliás, desde que me entendo por gente,
elas estão entregues ao seu ofício, porfioso,
de não serem jamais as mesmas.
Por isso o menino que queria morar com o filósofo indagava:
"Mamãe, por que as coisas estão sempre mudando?"
(Ele nem desconfiava que nele morava o filósofo).
Por isso gosto tanto da madrugada.
Ela não existe desde que me entendo por gente.
(Nela raramente me entendo ou há gente...)
Mas desde que fomos apresentados ela tem sido a mesma.
Infinita, plena de possibilidades.
Meus gritos ensurdecedores não perturbam os vizinhos.
Eu sequer os ouço, apenas os adivinho.
Mas porque, na beleza da madrugada,
nada é tão nada assim, nem há tudo que se complete...
Há gatas.
"...as crianças enlouquecem em coisas de poesia..."
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