Em nada importam ao rio, ao mar, à baía
a nau e o naufrágio.
Nem sequer à tempestade,
que pode parecer a promotora deste último.
Pouco lhe importam embarcação e embarcados.
A fúria é a dos elementos organizados.
Assim também a vida ignora os vivos.
Pouco lhe importa que se sucedam,
e que sejam malsucedidos.
Pouco lhe importa que soçobrem,
sobrevoem, ou escasseiem.
A vida não precisa do que a recheie.
Ela existe na ideia,
tal como pensada pelo Criador.
Ela é uma tese que a si sempre se confirmou.
Não precisa de banca,
de sábios e especialistas.
Não precisa que a patrocinem,
nem que a revistam.
Afirma-se.
Estende-se.
Sobrepaira enquanto abriga.
Essa Vida seja o modelo
de tudo que ainda respira.